11 de dez. de 2011

A lição dos bebês para as bailarinas


Mais uma postagem que fala sobre a tal expressão. Não há neste post nenhuma propaganda, nenhuma crítica ou elogio. Apenas um comentário simples e pessoal sobre como dançamos a vida e como podemos aproveitar uma experiência.
A dança, pra mim, tem se tornado artigo de entretenimento, relax, diversão mesmo. Danço para preencher de alegria alguns momentos com meu bebê, que retribui com gracejos gostosos. Enquanto danço, estou analisando tudo que acontece ao redor e a forma como movimento meu espaço, como interajo no universo daquele momento, com que forma contribuo através disso.
Notei que é possível captar a atenção do baby por causa de dois aspectos: O ritmo combinado com o movimento, na medida em que traduzido fielmente, principalmente nos momentos surpresa e através da mudança de expressão combinada com o olhar direto e condutor.
Vamos convir que o bebê adora ver a mãe, mas cada cena tem um "prazo de validade", assim que ela vence o bebê começa a reclamar se você não fizer nada pra interagir ou atendê-lo em sua possível necessidade ocasional (fraldas, fome, colo, sono, coceira...). Como toda criança manifesta intuitivamente este aspecto humano de procurar diferentes focos conforme o interesse maior, fica muito interessante tanto para a mãe quanto para o bebê, o exercício musical entre os dois. Resumindo: é muito importante apresentar à criança essa forma de contemplar a vida.
Já imaginou-se bebê? Um tanto angustiante não poder manifestar sua vontade por não conseguir falar ou coordenar movimentos. Apenas chorar ou sorrir. E a arte está aí pra ajudar a tornar a rotina deles mais interessante. Apesar de um mundo novo, nossas atividades comuns não são nada próximas do universo dos bebês: nós que esquecemos disso totalmente. Acredito que a música e a dança são uma forma de comunicação mais afinada com esse universo, pois tem a mesma origem de manifestação deles, porém refinada por gestos mais coordenados.
E agora a grande ficha: o bebê compreende, involuntariamente, o humor musical. Ele capta a mudança do ritmo e pode manifestar junto com você a emoção que sente. Aliás, nem sempre junto com você: ele, muito mais próximo da natureza intuitiva, vai manifestar mais e melhor que você.
 Ao observar meu bebê enquanto danço, estabeleceu-se um código. Quando estou agindo em acordo musical e expressivo, ele reage em condescendência: sorrindo, sério mas atento ou fazendo carinha de triste.
Como você já deve ter visto, até com um pouco de inveja, as crianças quando dançam são sinceras e livres.
A dica é imaginar-se criança e mergulhar de vez na sua mais profunda natureza, manifestando seu eu em comunhão com o universo que se apresenta, como se não o conhecesse ou sequer tenha noção de estar inserida nessa matrix. Apenas nutrindo-se da interação do tempo com o espaço e o espírito com o som.
Afinal, o que representa para um bebê o seu trabalho, seu dinheiro, seus documentos, seu status? Para ele a única coisa que importa é você, é quem você é para ele. Pense em dança da mesma maneira e seja uma bailarina mais feliz.
Um grande abraço a todas, estava com saudades de passar por aqui!