11 de jan. de 2011

Sua dança é impagável!



A gente ama! Certamente, algo nos chamou a atenção e nos fez procurar, nos cativou de alguma forma que a princípio não sabemos definir, mas estamos felizes por participar, poder fazer aula, dançar no grupo!
O que eu venho escrever hoje é sobre nossa trajetória, nosso objetivo e as possibilidades que temos na dança.
A dança do ventre sem compromisso, um hobby, ou a curiosidade, é a primeira intenção que nos leva a procurá-la. E é uma delícia a gente se movimentar, conhecer músicas diferentes, um novo mundo de possibilidades.
E essas tais possibilidades, do que se tratam?
Bem, isso pode variar muito. Eu posso vetar a maioria dessas possibilidades conforme minha disponibilidade ou minhas limitações acerca de minhas potencialidades.
De vez em quando, mesmo em aula, eu entro nesse assunto. Sabe por quê? Por que eu idealizo muito, projeto muito, quero realmente o melhor pra cada uma, quero compartilhar. Mesmo que tudo seja uma descoberta pessoal e intransferível, tento transferir a minha, rsrsrs. 
Eu vejo todas buscando seu melhor, se empenhando, acompanhando os passos, curtindo as histórias, curtindo o grupo...cada uma dedicando esse tempinho durante a semana pra compartilhar e aprender comigo...amo muito isso. 
Mas o que eu mais queria poder passar, nem sempre consigo: desenvolver a verdadeira dança pessoal de cada uma. Esse aspecto me preocupa. Por que mesmo que seja um hobby, mesmo que não se queira dar aula, esta é a parte mágica que transforma a arte que você aprende em sua arte.
 Creio que este seja o sentido primordial. Sem ele, a arte é sempre a que vem de fora, a criação e o poder transformador, a verdadeira beleza que deve nascer em você será sempre alheia. 
Essa é a parte que eu incentivo incessantemente, o desenvolvimento da sua personalidade artística.
Essa descoberta sugere uma certa demanda para que aconteça, que corresponde ao improviso solo.
 Solita, em casa, no seu território, sem ninguém por perto, com a música tocando sem pretensão, entrar em contato com seu balanço interno, criar espaço para que surja seu ritmo próprio, sua leitura corporal natural, conforme o que ouve. Não importa se está certo, se vão achar bonito, se não há platéia, se a música está adequada. Tem que tentar. Dance para si e para seu universo secreto.
Eu sei que no começo é complicado. As vezes estamos cansadas (sim, e eu já tive dois empregos), não temos muito tempo, nunca ficamos sozinhas em casa... mas sugiro que comecem a pensar nessa possibilidade, criando um tempo e um espaço para explorar essa capacidade.
 É possível, mas tem querer, ou no mínimo, compreender que é a parte mais importante que existe no aprendizado de uma arte.
 Parece não ser, mas pode confiar e experimentar. É durante estas manifestações quase "impossíveis" de realizar, que você vai sentir intensamente o seu corpo, suas sensações, seus maiores desafios. Mas como o maior desafio é sempre o começar, começando, já torna-se um a menos. Depois, é libertar os fantasmas, brincar com seus erros, suas caras e bocas. O maior de todos os exercícios de autoconhecimento através da dança.
 Isso não acontecerá em aula, nunca, nem na minha, nem na de ninguém. Não por má vontade, mas por que não há outro caminho.
Talvez você possa estar pensando: mas eu já amo a dança, me sinto muito bem nas aulas, estou muito satisfeita com tudo, sinto que me desenvolvo legal nas coreografias... OK! Compreendo, mas sabe o que eu penso? " Menina, existe uma mágica ainda tão maior que tudo isso, dentro de você mesma..."!!!
Por isso fico tão feliz quando vejo que estão exercitando em casa, pois mais cedo ou mais tarde, a mágica acontece, o medo vai embora e o improviso, o potencial criativo próprio e imediato, se manifesta naturalmente, como uma virtude que há tempos esperava ser encontrada. Então é que de fato, estarão praticando o que está sendo passado em aula, em sua totalidade. 
Mesmo que a aula fosse todos os dias e de graça, esse recurso/despertar, depende exclusivamente de você.
E outra, claro que o fato de dar aula regularmente contribui, mas pra mim tudo é motivo: danço quando estou alegre, triste, nervosa, preocupada, irritada, até pelos entes queridos. Sempre valeu a pena, é como registrar os sentimentos na memória universal, vivê-los ao máximo, vê-los fluidos e leves...
Um grande beijo, nunca esqueçam disso, é minha maior lição.

3 comentários:

Carine Würch disse...

Dai!

Achei muito pertinente teu post.

Sou novata no mundo da dança, mas acredito nisto que escreveste.

Pouco importa se as que recém começam (ou as que já praticam a arte a anos) querem dar aulas, se apresentar, ser profissionais.

A beleza do movimento está naquilo que é feito de dentro, do âmago, e nisto, cada uma é unica.

Minha experiencia é diferente da tua e das demais.

Que cada uma possa se encontrar consigo mesma e desfrutar de tudo que a dança pode nos trazer.

Bjos

Anônimo disse...

Dai! Que post!!!!!!!!!!!!! Maravilhoso!
Olha, realmente a descoberta de seu próprio estilo é algo solitário, mas, como vc mesma pontuou, é imprescendível que a professora incentive esse caminho. Infelizmente pouca gente fala sobre assunto com suas alunas. O resultado é que a gente acaba vendo um monte de clones por aí.
Eu tive uma professora de dança do ventre que tb é professora de teatro e nossos exercícios de improvisação nunca eram exercícios de improvisação só de dança. Ela sempre trazia elementos, temas, intenções em que pudessemos nos basear pra improvisar.
Isso me deu um grande impulso em busca dessa história de achar meu estilo pessoal.
Nessas improvisações, vivi a dama, a louca, a sensual, a metida, a meiga, a exibida... risos!
É um exercício legal pq a gente vai experimentando possibilidades expressivas diversas e acaba tomando gosto por coisas que a gente encontra em cada uma deles!
Obrigada por esse post! Fez meu dia mais feliz!
Beijos!

Lucy Linck disse...

Post maravilhoso!!!
Beijos, querida!