Gostaria de oportunizar um momento de reflexão a todas que se interessam por este assunto e colaborar para divulgar a necessidade de perceber melhor o que rola em algumas ocasiões.
prepare-se para mais reflexões... |
Então, lá vou eu de novo, abrir minha boca. |
No caso da professora, vamos nos colocar na situação de que ela está sempre muitos passos à nossa frente e costuma ser, naturalmente, nosso modelo feminino na dança. A pergunta é: por que sua performance fora do solo, enquanto integrante no grupo e coreografia, precisa ser tão chamativa e diferenciada, ressaltando a obviedade da sua capacidade física, cênica, quando isso pode ser notado da mesma forma, sutilmente?
Para uma aluna que está construindo ou trabalhando seu bom senso e auto estima, ainda é justificado qualquer desequilíbrio, não significando que o mesmo esteja intrínseco na sua personalidade. Mas falando da situação em si, a ultra-evidência faz com que os humores se alterem e destoem imensamente quando em grupo.
Acredito que como bailarinas, temos até mesmo o dever profissional, de brilhar perante os holofotes, mostrar ao máximo a encantabilidade da nossa arte, tendo no nosso solo a "ferramenta" que responsavelmente viabilizamos à essa contemplação. E por isso coloco tanta lenha na fogueira da expressão, para que isso tudo possa de fato aparecer. O que é bonito deve ser visto, também individualmente.
um lindo solo é tudo de bom! |
A verdade é que nenhuma das partes deve brilhar mais que a outra de maneira proposital. É necessário uma certa doação ou desapego nesse sentido: saber que você faz um passo muito bem, não significa que tem que ser feito do seu jeito. Não precisa ser feito do jeito errado, obviamente, mas com uma intensidade diferente.
Se o grupo ainda age de uma forma muito sutil com seus movimentos, a menos que ele se adapte fielmente à proposta contrária, vale a pena captar essa energia mais comedida para tentar, aos poucos, equilibrar a intenção, devagar, todas juntas, como um organismo se desenvolve progressivamente. Mais do que isso é forçar a barra, e isso aparece demais. A professora ou a integrante que acabam por não se render a esta idéia, colocam tudo a perder, mesmo com o melhor movimento ou a melhor expressão. Não é legal fazer a galera "sumir" de cena, em função do seu brilho imenso.
Narcisa na hora certa, frô! |
Então não há nenhuma boa forma de se evidenciar? Sim, tem os momentos! Fundamentalmente, ao realizar algo mais difícil que esteja no contexto coreográfico, mais em caso de necessidade, mesmo.
Acho muito bonito e interessante as coreografias onde as profes estão bem camufladinhas, nem sempre na frente ou no centro, mas interagindo igual e com o mesmo papel das demais, com equilíbrio na intenção e na qualidade dos movimentos.
"Somos pétalas de uma única flor" |
E em segundo lugar, não menos importante, o lance da divulgação. Vamos ter mais atenção nisso, pessoal. Tudo bem não querer pagar um profissional qualificado (eu seria suspeita em dizer que sim, pois sou designer tb) mas existem critérios que precisamos respeitar com carinho, no que diz respeito à sua imagem e a dos outros.
Bom senso. Menos é mais.
Para as profes: ou sai sozinha no cartaz ou sai com o seu grupo e suas convidadas no mesmo tamanho, em fotos não apelativas e com alta resolução. Quando digo não apelativa, quero dizer que você não será confundida com propaganda de lingerie ou de massagem for men. Deu pra entender, né, baby? Pega leve no peitão, naquele pernão rua afora, aquela pose com cara de perigosa...hehehe!!!!
Neste momento, analise friamente e em terceira pessoa, com uma vaidade moderada. A foto tem que ser bonita, pode ser um pouco sexy e tal, mas pense naquelas pessoas que nunca te viram, não conhecem bem a dança e vão ver você no cartaz: a primeira impressão é altamente comprometedora e pode acabar com a imagem de um show inteiro.
E pra finalizar: boas fontes (letras), boas cores, sem informação demais ou fotos demais. Aliás, quer saber, fia? Manda fazer mesmo. Escolhe um profissional, avalia o portfolio, dá as coordenadas e paga. O mesmo vale para edição de músicas: dificilmente vai se arrepender.
Bom, depois destas dicas eu espero que a quantidade de reclamações se atenue!!! Quero ver alunas felizes, não só as minhas, mas as suas também, pois juntas, nós somos a Dança!!!!
Beijossss!
3 comentários:
Nossa Daiane!! Muito bom o texto!! Adorei!! Penso assim também!! Parabéns!! Beijosss
Só fiz um workshop contigo, mas já bastou para me passar uma impressão sua, que hoje, lendo este texto, só se confirma! Quem dera todas as professoras tivessem essa consciência... Já passei por situações... E como me recuso a ficar jogando confetinho paguei pela minha boca que tem vida própria e um pacto com a verdade, hehehehe! Que bom que vc voltou com as aulas!!
Adorei Dai! Penso o mesmo em tudo o que tu escrevestes! Tem tanta gente que deveria ler isso...nossa!
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