O treinamento consiste em horas semanais de improviso e construção coreográfica (opcional). A coreografia torna-se dispensável pelo fato de que, em locais com esta necessidade de interação, não dá tempo de ficar pensando em passos e evoluções, tudo é muito no feeling e se adequa não só à música, mas ao humor do momento. A dança precisa fluir, solta.
Porém, não são só pedras. Há a oportunidade de se desenvolver de uma forma livre e divertida. Quando comecei era uma bailarina extremamente clássica e levava músicas da Om Kalthoum para apresentar. Sem noção! Nada contra Om, muito pelo contrário. Mas não dá pra enfiar goela abaixo uma dança tão profunda e dramática, realmente mais introspectiva, bem entendida por quem já é bailarina há mais tempo.
O que se pede num restaurante, é exatamente o oposto: dinamismo, alegria, entretenimento sem compromisso. Então pude aprender muito sobre a necessidade das pessoas que vão ver dança. Os comportamentos são variados. Você é quem se adequa e tenta implantar o humor. O público só responde ao seu estímulo. Ou não. Mas é uma delícia quando se consegue criar um rapport, um vínculo onde é captada sua intenção e pode direcioná-la.
Enfim, é uma função na qual não se pode levar em consideração o ganho financeiro, que é quase simbólico. Em compensação, é uma experiência única de aprendizado e de ter uma boa noção do que é TRABALHAR COMO BAILARINA e não só como professora.
Conversando com o pessoal do restaurante Lubnnan fizemos uma parceria: às vezes eles precisam de bailarinas, mesmo com a lista de bailarinas profissionais que eles têm, e precisam avisar apenas algumas horas antes, então nem sempre todas estão disponíveis. E ainda tem aquela reclamação clássica sobre nem todas as danças agradarem. Como resolver este problema?
Coloquei-me a disposição para agenciamento e treinamento das bailarinas que querem dançar lá periodicamente. Através de uma avaliação prévia e orientações, conseguiremos mais bailarinas boas na lista e ainda ajudo a adequá-las ao padrão que o restaurante necessita.
O que acham, habibas? O mercado necessita, e eu ainda não estarei tão cedo nesta atividade.
3 comentários:
Flor, aqui em Salvador não há espaço para dança árabe em restaurantes. Mas, mesmo que houvesse, não me vejo com perfil para isso. Não pela dificuldade de interação, mas porque o que esses donos geralmente buscam são mulheres bonitas e gostosonas. Eu não tenho o tal perfil. Mas acho genial essa orientação que vc está se prontificando a fazer para quem quer seguir esse caminho. Confio em vc e sei da seriedade de seu trabalho. Tomara que dê prósperos frutos! Um abraço!
Bah que pena, o mercado pra estas danças geralmente é assim, mas aqui neste restaurante onde trabalham eles não dão a mínima, contanto que não seja algo muito fora do eixo meeesmo, hehe! Eles realmente se importam com A DANÇA, por isso nem indiquei mais ninguém só de conhecer a pessoa por que eles acabaram não curtindo algumas. Eles trabalham com dança no restaurante há muitos anos e querem um bom desempenho, não gostam de gente que se acha e também não querem gente muito crua, que fique nervosa e fuja do público. Por isso só vai por mim se eu ver que a pessoa tem no mínimo, potencial para alcançar este perfil. Mas pode ser magrinha, gordinha, baixinha, o importante é ue chegue lá e mate a pau.
Essa questão do restaurante é um pouco complexo pois existe sim a demanda por beleza, porém sem carisma, interação e espontaneidade, não se conquista o público. É possível criar um público fiel em restaurante, só para ver a bailarina, pelo menos aqui no RJ. Trabalhando-se bem e, sim, de forma adequada ao espaço restaurante, vocês consegue desenvolver um trabalho de respeito. Eu adoro!
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