25 de fev. de 2013

Fôlego, desciplina, interação


   

Três elementos essenciais para a bailarina que quer dançar profissionalmente. No caso de dançar em restaurante, nem todas se sentem confortáveis, pois se coloca à prova, da maneira mais explícita, o nervosismo e o talento.
O treinamento consiste em horas semanais de improviso e construção coreográfica (opcional). A coreografia torna-se dispensável pelo fato de que, em locais com esta necessidade de interação, não dá tempo de ficar pensando em passos e evoluções, tudo é muito no feeling e se adequa não só à música, mas ao humor do momento. A dança precisa fluir, solta.
Porém, não são só pedras. Há a oportunidade de se desenvolver de uma forma livre e divertida. Quando comecei era uma bailarina extremamente clássica e levava músicas da Om Kalthoum para apresentar. Sem noção! Nada contra Om, muito pelo contrário. Mas não dá pra enfiar goela abaixo uma dança tão profunda e dramática, realmente mais introspectiva, bem entendida por quem já é bailarina há mais tempo.
O que se pede num restaurante, é exatamente o oposto: dinamismo, alegria, entretenimento sem compromisso. Então pude aprender muito sobre a necessidade das pessoas que vão ver dança. Os comportamentos são variados. Você é quem se adequa e tenta implantar o humor. O público só responde ao seu estímulo. Ou não. Mas é uma delícia quando se consegue criar um rapport, um vínculo onde é captada sua intenção e pode direcioná-la.
Enfim, é uma função na qual não se pode levar em consideração o ganho financeiro, que é quase simbólico. Em compensação, é uma experiência única de aprendizado e de ter uma boa noção do que é TRABALHAR COMO BAILARINA e não só como professora.
Conversando com o pessoal do restaurante Lubnnan fizemos uma parceria: às vezes eles precisam de bailarinas, mesmo com a lista de bailarinas profissionais que eles têm, e precisam avisar apenas algumas horas antes, então nem sempre todas estão disponíveis. E ainda tem aquela reclamação clássica sobre nem todas as danças agradarem. Como resolver este problema?
Coloquei-me a disposição para agenciamento e treinamento das bailarinas que querem dançar lá periodicamente. Através de uma avaliação prévia e orientações, conseguiremos mais bailarinas boas na lista e ainda ajudo a adequá-las ao padrão que o restaurante necessita.
O que acham, habibas? O mercado necessita, e eu ainda não estarei tão cedo nesta atividade.



3 comentários:

Lory Moreira disse...

Flor, aqui em Salvador não há espaço para dança árabe em restaurantes. Mas, mesmo que houvesse, não me vejo com perfil para isso. Não pela dificuldade de interação, mas porque o que esses donos geralmente buscam são mulheres bonitas e gostosonas. Eu não tenho o tal perfil. Mas acho genial essa orientação que vc está se prontificando a fazer para quem quer seguir esse caminho. Confio em vc e sei da seriedade de seu trabalho. Tomara que dê prósperos frutos! Um abraço!

Sahi disse...

Bah que pena, o mercado pra estas danças geralmente é assim, mas aqui neste restaurante onde trabalham eles não dão a mínima, contanto que não seja algo muito fora do eixo meeesmo, hehe! Eles realmente se importam com A DANÇA, por isso nem indiquei mais ninguém só de conhecer a pessoa por que eles acabaram não curtindo algumas. Eles trabalham com dança no restaurante há muitos anos e querem um bom desempenho, não gostam de gente que se acha e também não querem gente muito crua, que fique nervosa e fuja do público. Por isso só vai por mim se eu ver que a pessoa tem no mínimo, potencial para alcançar este perfil. Mas pode ser magrinha, gordinha, baixinha, o importante é ue chegue lá e mate a pau.

Hanna Aisha disse...

Essa questão do restaurante é um pouco complexo pois existe sim a demanda por beleza, porém sem carisma, interação e espontaneidade, não se conquista o público. É possível criar um público fiel em restaurante, só para ver a bailarina, pelo menos aqui no RJ. Trabalhando-se bem e, sim, de forma adequada ao espaço restaurante, vocês consegue desenvolver um trabalho de respeito. Eu adoro!